"Acho que os sentimentos se perdem nas palavras. Todos deveriam ser transformados em acções, em ações que tragam resultados." Florence Nightingale

domingo, 24 de janeiro de 2010

Lembranças



Lembras-te de todos os momentos? De todos os beijos? De todas as noites?
Lembras-te das tristezas? E das alegrias?
Lembras-te das despedidas?
Lembras-te dos pesadelos? E dos sonhos?
Lembras-te das esperas? E dos atrasos?
Lembras-te dos abraços?
Lembras-te de todos os dias, de todos as horas, de todos os minutos?
Lembras-te de mim? Como eu era? Como NÓS éramos?
Lembras-te de nós quando ainda nem sequer existíamos?


Eu lembro-me de ti, de te ver antes de tu me veres. Lembro-me de ouvir conversas para perceber o teu nome, saber coisas a teu respeito, e fingir-me desinteressada no assunto.
Lembro-me do primeiro beijo. Lembro-me da primeira mensagem. Lembro-me exactamente do dia e da hora que me disseste que querias ficar perto de mim.
Lembro-me de cada hora que chorei por ti, e de todas as horas que me fizeste sorrir e feliz.
Lembro-me de ficar paralisada, à espera que chegasse a hora. A tua hora. A hora de me vires buscar, de estar perto de ti.
Lembro-me das atitudes que tanto me faziam sofrer.
Lembro-me de te virar as costas. Lembro-me de me afastar de ti.

E agora, o tempo deixou de ser decrescente. Agora conto cada minuto e junto-os aos minutos felizes que fazem parte da minha história.
Acerto as horas e os passos, e deixo de ser desconexa.
Não sei como consegui. Não sei se fiz tudo certo. Não sei se fui sempre justa. Não sei ao certo se era certo ser como foi.

Sei que num dia, houve uma hora, num sitio qualquer, que nos cruzamos.
E sei que com esse “choque do reecontro”, sofri. E sei também que fiquei por lá um tempo, a inventar histórias, que conscientemente sabia não serem possíveis de realizar no presente.
Agora perdemo-nos. Tudo está como no inicio, apenas com uma subtil diferença...

Para sempre… Pois para sempre é sempre que quisermos.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Criação Fulminante

Dizem que o amor se faz de uma
comunidade de interesses subterrâneos,
restos de vozes, hábitos que nos ficam
da infância, como uma melodia sem letra,
paixões pisadas na massa funda do tempo.
Mas nestes anos entre guerras,
os sentimentos explicados não interessam a ninguém.
O amor era então uma criação fulminante
do tédio e da inocência,
feito do carnal recorte da beleza,
magnífico de crueldade.


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