"Acho que os sentimentos se perdem nas palavras. Todos deveriam ser transformados em acções, em ações que tragam resultados." Florence Nightingale

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Negação

Pedi tão pouco à vida e esse mesmo pouco a vida me negou. Uma réstia de parte do sol, um campo próximo, um bocado de sossego com um bocado de pão. Pedi também o não me pesar muito o conhecer que existo, o saber o que eu sou. Não exigi nada dos outros para além do necessário, e como retorno, pedi também para eles não serem exigentes comigo. Pedi paciência e compreensão para os momentos menos bons, perdão para os momentos em que fui ofensiva, entre muitas outras coisas.

Isto mesmo me foi negado, como quem nega uma esmola - não por falta de boa alma -, mas para não ter que desabotoar o casaco.

Contudo, há que continuar a viver, com ou sem esmola, pois devagar se vai ao longe.


quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

"So much craziness surrounding me
So much going on, it gets hard to breathe
All my faith has gone you bring it back to me
You make it real for me
(...)

When my head is strong but my heart is weak
I'm full of hurricanes and uncertainty
but I can find the words
you teach my heart to speak
you make it real for me yeah"
 

sábado, 27 de novembro de 2010

Let It Free

My mind is as cold as the outside. My thoughts are so dark as night.
What can I do? Nothing.
I'm messed up. I see my future escaping through my fingers, and I can't do anything. All that I always wanted are running away from me. I don't know what is right or wrong anymore.
Someone had this great thought: "If you like something, let it free. If it belongs to you, it will come back for you".
Now, I'm following this thought. I'm letting everything free: my life, my friends, my future. By this moment, I can see what is really mine.
With this, I'm able to decide what is the best for me. I'm just doing my life, playing my own game.
The game of my life, where cheats aren't welcome.


domingo, 14 de novembro de 2010

Never Think

Today, I was thinking about perfection. The utopic thing that everyone wants but no one has. After hours thinking about it, I just concluded that everyone is perfect in their own way. Every person is perfect for someone.
When I got this conclusion, I also concluded another thing: I'm not perfect. Like everyone, I don't have this "thing".

Then, I wanted to stop thinking about perfection, because was hurting think about it. I stopped. And now, perfection, is a forbidden thought. I just don't want to think. It hurts too much.

And now, I never think. Never Think. Never. Think. Think.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

" Sem ilusões, vivemos apenas do sonho, que é a ilusão de quem não pode ter ilusões. Vivendo de nós próprios, diminuímo-nos, porque o homem completo é o homem que se ignora. Sem fé, não temos esperança, e sem esperança não temos propriamente vida. Não tendo uma ideia do futuro, também não temos um ideia de hoje, porque o hoje, para o homem de acção, não é senão um prólogo do futuro. A energia para lutar nasceu morta connosco, porque nós nascemos sem o entusiasmo da luta."

in "Livro do Desassossego" por Fernando Pessoa
(composto por Bernardo Soares)

Música: Incubus - Dig

domingo, 7 de novembro de 2010

Cais

Imagina que és um cais e em ti atracam diversos barcos. Imagina também que esses barcos não contêm bens materiais mais sim sentimentos.
Quais os barcos pelos quais terias preferência? Se não estou errada, seriam os da paz, amor, felicidade, carinho, e todos os outros barcos que te fizessem sentir bem.
Pelo contrário, irias tentar manter longe de ti todos os barcos que contivessem ódio, inveja, maldade, ou seja, os que te trouxessem mau estar.

Contudo, não tens poder para seleccionar aquilo que atraca ou abandona o cais; por vezes não consegues dar um nó suficientemente forte para que barcos como o da felicidade, permaneçam no cais o tempo suficiente para ser eterno, e deixa-los fugir.

Porém, pensa positivo: o oceano é infinito, e barcos há muitos. Talvez um dia, mais rápido do que aquilo que tu julgas, a maré traga até ti um outro barco, e nele encontres a verdadeira felicidade.


Data: 07/11/2010
Hora: 00:44

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim, em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.

Ricardo Reis (heterónimo de Fernando Pessoa)

Data: 04/11/2010
Hora: 21:48

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Ser louco não é difícil. Difícil é ser livre...


E quando tudo parece fazer sentido num instante, e no momento seguinte, o mesmo se afigura errado e desconexo? Como lidar com isto?

Sinceramente, não sei. Contudo, sei que chego ao fim do dia, e a minha sanidade mental está intacta, o que indica que estou a conseguir ultrapassar a situação. E isso realmente interessa.

O mais impressionante é que continuo bem comigo mesma: VIVA, sorridente, e até mesmo a irradiar felicidade. Acto admirável de uma pessoa que se diz mentalmente equilibrada.
Pois bem, talvez esteja a enlouquecer :)
Mas se enlouquecer, saberei que um dia, na vida, fui feliz.


Data: 27/10/2010
Hora: 19:46

sábado, 23 de outubro de 2010

Papagaio de Papel

É assim que me sinto, como um papagaio de papel. Leve, a vaguear ao sabor do vento, fazendo curvas e contra-curvas numa dança frenética, e, ao mesmo tempo mágica e hipnotizante.
Este sentimento que agora me inunda, já há muito que não existia em mim. A sensação chega a ser assustadoramente boa.

Por vezes tenho medo que toda esta leveza e felicidade me fuja por entre os dedos em questão de segundos. Contudo, tento não pensar demasiado nisso, pois no fim de tudo, o que interessa é que pela primeira vez em muito tempo, sinto-me bem comigo mesma.


Data: 23/10/2010
Hora: 20:16

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Perspectivas


Em tudo na vida existem dois lados. Tudo depende da perspectiva pelo qual se é observador.
Um copo poderá estar meio cheio, assim como ao mesmo tempo pode estar meio vazio. Tal como um beijo pode ser uma expressão de carinho, poderá também ser traição. Não passa de uma questão de perspectivas.

Para mim, hoje, o copo está meio cheio. Haverá dias em que irei pensar que está meio vazio.
Mas o que importa é o hoje, pois se não o viver e aproveitar, amanhã estarei a lamentar-me pelo tempo perdido.


Data: 11/10/2010
Hora: 21:22

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

just one question...

"where is my Mr. Perfect?"
Ohh, right, i forgot...
There is no Mr. Perfect.


Data: 07/10/2010
Hora: 20:07

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Desejar e ter

Durante o nosso percurso na vida, há sempre algo pelo qual nós temos que lutar. Seja fazer novas amizades ou manter as que já estão consumadas, seja por conseguir bons resultados a nível profissional, ter uma vida equilibrada e saudável, ou até mesmo por manter o nosso peixinho de estimação com vida.

No entanto, no caminho para a realização destes pequenos objectivos diários, encontramos sempre obstáculos que poderão derrubar-nos e condicionar assim a nossa vitória.

Perante as adversidades que se vão cruzando connosco, apenas temos duas escolhas possíveis: seguir em frente, enfrentar os desafios e saber que no fim, mesmo que não haja uma vitória, tentámos superar o obstáculo; ou então, desistir e dar-se como derrotado sem qualquer tentativa.

Na maioria das vezes, a segunda hipótese é a mais apelativa. Mas nem sempre é a melhor solução.

Eu pessoalmente, tento sempre optar pela primeira hipótese, pois embora seja a mais complicada e trabalhosa, é também a que mais compensa no final.

Espero sempre conseguir as vitórias que ambiciono, mas provavelmente a minha ambição não será suficiente. Terei então que lutar para alcançar os meus objectivos (tal como toda, ou quase toda a gente faz), e assim tentar conseguir o que desejo.

Enquanto isso, continuo a sonhar, mas no entanto tento manter os pés bem assentes no chão.


Data: 06/10/2010
Hora: 14:59

sábado, 2 de outubro de 2010

" Basta parar por um instante e observar o mundo da natureza que nos rodeia para se ver que tudo fala da gratuitidade inquietante, da fragilidade e da beleza das formas vivas.

Embora tentemos viver em caixas hermeticamente fechadas, o mistério resplandece à nossa volta e sugere-nos o caminho a percorrer. Não existe mediocridade, monotonia. O que existe é apenas o nosso medo. Medo de crescer, medo de nos abrirmos às emoções. Medo de descobrirmos que não há nenhuma jaula à nossa volta, que o que existe é apenas liberdade, ar. E se erguermos levemente os olhos, o espaço infinito do céu."


“O Fogo e O Vento” – Susanna Tamaro

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Como seria?

Ás vezes questiono-me como seria o meu presente se o meu passado tivesse sido diferente.
Se determinada acção não tivesse acontecido, como estaria eu agora? Estaria melhor do que o que estou? Estaria pior do que o que estou?
Melhor: Seria eu, eu mesma, como o sou agora?
Gostaria de poder responder a estas questões com toda a certeza, mas sou incapaz de tal proeza.
Apenas posso dizer que apesar de todas as quedas, apesar de todos os erros, apesar de TUDO, eu ainda continuo aqui para o que der e vier.
Pois foi com esses erros, com essas quedas que eu aprendi e irei continuar a aprender a lição que nenhum professor será capaz de me ensinar: A Lição da Vida.

Música: Kris Allen - Live like we're dying
Data: 01/10/2010
Hora: 21:51

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Definições


" Andreia - Significa forte, viril e predispõe a coragem, à lealdade e à fidelidade. Muito decidida, a pessoa assim chamada transmite segurança a todos que a rodeiam. Inteligente e sensível, sempre consegue o suficiente para viver confortavelmente. "


Será mesmo? Tudo isto não passam de definições. Sou Andreia; forte quando não fraquejo, decidida e segura quando não tenho qualquer dúvida, corajosa quando não me falta o alento, sensível quando deixo escapar os sentimentos do fundo do meu ser. Tento viver o meu dia a dia o melhor possível. Fiel e leal, sou-o o máximo que posso. Não sou a Andreia das definições estáticas. Errar faz parte do meu ser. Ninguém é perfeito ao ponto de não errar.

E eu, posso ser o modelo perfeito da imperfeição.


Data: 29/09/2010
Hora: 20:10h

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

e tudo o vento levou

Só.
Sinto-me só e tenho um imenso vazio dentro de mim.
Os dias de sol e o céu azul transformaram-se em dias cinzentos e tempestuosos.
Só. Vazio.

Sim, é exactamente isso.


Data: 23/09/2010
Hora: 22:02

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Glaciar

Frio.
Sim, é essa a palavra que melhor define o que sinto ultimamente. Não frio metereológico, mas sim sentimental. Como se isso fosse racionalmente possivel, tento "descongelar" aos poucos estes sentimentos guardados bem no fundo do meu glaciar pessoal; e á medida que vêm á superficie, sinto-me uma estranha.
Sinto que o movimento da mais pequena particula me pode perturbar, e poderá levar o meu corpo a perder-se subitamente na imensidão.
E no final de tudo, qualquer pessoa é mais cativante e interessante do que eu.
E porquê? Porque tudo o que sou, não passa de um grão'zinho de areia numa imensidão rochosa.

Ponto final. Fim da História.

Música: Florence and The Machine - You've got the love
Data: 22/09/2010
Hora: 19:11

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Move on

I close my eyes and i just see darkness.
I can not see beyond this black fog - It's all that i see, every moment, everyday.

I had afraid of the past, i have afraid of the present, and i'll have afraid of the future...
Why? Because the unknown scares me.

How could i solve this? I don't know... I'm just trying to find the right answers.

Now, it's time to grow, time to fight. Time to be strong, to move on with a smile on my face.

Because all the things are easy when we can simplify them.

Kisses and Hugs,

Andreia *.*

Data : 20/09/2010
Horas: 19:58h
Música: Trading Yesterday - Shattered

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Céu e Mar


Hoje o tempo não me enganou.
Não se conhece uma aragem na tarde. O ar queima, como se fosse um bafo quente de lume, e não ar simples de respirar; Como se a tarde não quisesse já morrer e começasse aqui a hora do calor.
Não há nuvens; Há riscos brancos, muito finos, desfiados de nuvens. O céu, daqui, parece fresco, parece a água limpa de um açude.
Penso: talvez o céu seja um mar grande de água doce e talvez a gente não ande debaixo do céu mas em cima dele; talvez veja-mos as coisas ao contrário e a terra seja como um céu…

E quando a gente morre… Quando a gente morre, talvez caia e se afunde no céu.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

O Sorriso

Sorriso, diz-me aqui o dicionário, é o acto de sorrir. E sorrir é rir sem fazer ruído e executando contracção muscular da boca e dos olhos.

O sorriso, meus amigos, é muito mais do que estas pobres definições, e eu pasmo ao imaginar o autor do dicionário no acto de escrever o seu verbete, assim a frio, como se nunca tivesse sorrido na vida. Por aqui se vê até que ponto o que as pessoas fazem pode diferir do que dizem. Caio em completo devaneio e ponho-me a sonhar um dicionário que desse precisamente, exactamente, o sentido das palavras e transformasse em fio-de-prumo a rede em que, na prática de todos os dias, elas nos envolvem.

Não há dois sorrisos iguais. Temos o sorriso de troça, o sorriso superior e o seu contrário humilde, o de ternura, o de cepticismo, o amargo e o irónico, o sorriso de esperança, o de condescendência, o deslumbrado, o de embaraço, e (por que não?) o de quem morre.

E há muitos mais. Mas nenhum deles é o Sorriso.

O Sorriso (este, com maiúscula) vem sempre de longe. É a manifestação de uma sabedoria profunda, não tem nada que ver com as contracções musculares e não cabe numa definição de dicionário. Principia por um leve mover de rosto, às vezes hesitante, por um frémito interior que nasce nas mais secretas camadas do ser. Se move músculos é porque não tem outra maneira de exprimir-se. Mas não terá? Não conhecemos nós sorrisos que são rápidos clarões, como esse brilho súbito e inexplicável que soltam os peixes nas águas fundas? Quando a luz do sol passa sobre os campos ao sabor do vento e da nuvem, que foi que na terra se moveu?

E contudo era um sorriso.

Mas eu falava de gente, de nós, que fazemos a aprendizagem do sorriso e dos sorrisos ao longo da vida própria e das alheias.

A tudo isto é que eu chamo sabedoria.
Dir-me-ão que não cabe tanto no sorriso. Eu digo que cabe. Soube-o a noite passada, quando foi ele a única resposta para a insónia e para os monstros do pesadelo nascido no sono onde o corpo acabou por deslizar, cansado e aflito.

Sorrir assim, mesmo sem olhos que nos recebam, é o verbo mais transitivo de todas as gramáticas. Pessoal e rigorosamente transmissível.

O ponto está em haver quem o conjugue.

José Saramago (1922 - 2010)

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Sum 41 - Pieces

I tried to be perfect
But nothing was worth it
I don't believe it makes me real
I thought it'd be easy
But no one believes me
I meant all the things I said

If you believe it's in my soul
I'd say all the words that I know
Just to see if it would show
That I'm trying to let you know
That I'm better off on my own

This place is so empty
My thoughts are so tempting
I don't know how it got so bad
Sometimes it's so crazy
That nothing can save me
But it's the only thing that I have

If you believe it's in my soul
I'd say all the words that I know
Just to see if it would show
That I'm trying to let you know
That I'm better off on my own

On my own

I tried to be perfect
It just wasn't worth it
Nothing could ever be so wrong
It's hard to believe me
It never gets easy
I guess I knew that all along

If you believe it's in my soul
I'd say all the words that I know
Just to see if it would show
That I'm trying to let you know
That I'm better off on my own

(Uma das minhas músicas favoritas *.*)

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Amor é...

Amor é o sentimento perdido
Dos eternos sonhadores
Começa com um olhar fugido
Desmorona-se com rumores

Desabrocha como uma flor
Na mais pura inocência
Por vezes provoca muita dor
Mas não deixa de ser essência

Sentimentos desfeitos, algo árduo de manter
Mas ninguém é capaz de sem ele sobreviver


(Gostaria de saber onde é que andam os meus momentos de inspiraçao xD
Se alguém os vir, por favor, mandem-nos de volta para mim lool)

quarta-feira, 24 de março de 2010

Grito

Á procura… Procura do vento.
Porque a minha vontade tem o tamanho de uma Lei da Terra. Porque a minha força determina a passagem do tempo. Eu sou capaz de lançar um grito para dentro de mim, grito esse que arranca árvores pelas raízes, que explode veias em todos os corpos. Através desse grito, com a sua velocidade, caminho contra tudo o que se lança para deter-me, contra tudo o que se levanta no meu caminho, até contra mim própria.

Revolta.

- Eu quero.

Eu até sou capaz de expulsar o sol da minha pele, de vencê-lo mais uma vez e sempre.
Porque a minha vontade me regenera, faz-me nascer, renascer.
Porque a minha força é imortal.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Recusar

É o que faço com mais afinco na vida. Não por gosto, mas por necessidade.
Nesta pátria, nada do que nos é dado ou pedido é isento de intenções reservadas. Solicitam-nos, e é sempre um aproveitamento que querem fazer de nós. E digo não. É quase para o que me serve o telefone.
Quando toca e levanto o auscultador, antes de ouvir, já sei a resposta que vou dar. Embora adoçada o melhor que posso e noutros termos, significa sempre isto: muito obrigado por se ter lembrado de mim, mas, infelizmente, sou uma desconsolação humana.
Só presto para ser livre.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Lembranças



Lembras-te de todos os momentos? De todos os beijos? De todas as noites?
Lembras-te das tristezas? E das alegrias?
Lembras-te das despedidas?
Lembras-te dos pesadelos? E dos sonhos?
Lembras-te das esperas? E dos atrasos?
Lembras-te dos abraços?
Lembras-te de todos os dias, de todos as horas, de todos os minutos?
Lembras-te de mim? Como eu era? Como NÓS éramos?
Lembras-te de nós quando ainda nem sequer existíamos?


Eu lembro-me de ti, de te ver antes de tu me veres. Lembro-me de ouvir conversas para perceber o teu nome, saber coisas a teu respeito, e fingir-me desinteressada no assunto.
Lembro-me do primeiro beijo. Lembro-me da primeira mensagem. Lembro-me exactamente do dia e da hora que me disseste que querias ficar perto de mim.
Lembro-me de cada hora que chorei por ti, e de todas as horas que me fizeste sorrir e feliz.
Lembro-me de ficar paralisada, à espera que chegasse a hora. A tua hora. A hora de me vires buscar, de estar perto de ti.
Lembro-me das atitudes que tanto me faziam sofrer.
Lembro-me de te virar as costas. Lembro-me de me afastar de ti.

E agora, o tempo deixou de ser decrescente. Agora conto cada minuto e junto-os aos minutos felizes que fazem parte da minha história.
Acerto as horas e os passos, e deixo de ser desconexa.
Não sei como consegui. Não sei se fiz tudo certo. Não sei se fui sempre justa. Não sei ao certo se era certo ser como foi.

Sei que num dia, houve uma hora, num sitio qualquer, que nos cruzamos.
E sei que com esse “choque do reecontro”, sofri. E sei também que fiquei por lá um tempo, a inventar histórias, que conscientemente sabia não serem possíveis de realizar no presente.
Agora perdemo-nos. Tudo está como no inicio, apenas com uma subtil diferença...

Para sempre… Pois para sempre é sempre que quisermos.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Criação Fulminante

Dizem que o amor se faz de uma
comunidade de interesses subterrâneos,
restos de vozes, hábitos que nos ficam
da infância, como uma melodia sem letra,
paixões pisadas na massa funda do tempo.
Mas nestes anos entre guerras,
os sentimentos explicados não interessam a ninguém.
O amor era então uma criação fulminante
do tédio e da inocência,
feito do carnal recorte da beleza,
magnífico de crueldade.


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